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Mecanismos de Toxicidade

Metanfetamina

» ↑ Dopamina e Serotonina

» ↑ Glutamato

» Hipertermia

» Dano hepático e ↑ Amónia

Sistema endocanabinóide alterado

Excitotoxicidade

Metabolismo comprometido

Inflamação

Stress oxidativo

Dano nas terminações nervosas

dopaminérgicas e serotoninérgicas

Sintomas neuropsiquiátricos e aumento da probabilidade de psicose

Neurotoxicidade

A metanfetamina causa danos permanentes nos terminais monoaminérgicos, o que está correlacionado com os sintomas neuropsiquiátricos, assim como uma maior probabilidade de vir a desenvolver psicose. Na forma aguda, a exposição à metanfetamina contribui para o aumento de dopamina, serotonina e glutamato. As anfetaminas substituídas também produzem hipertermia aguda e podem contribuir para o dano hepático. Os mecanismos de neurotoxicidade incluem excitotoxicidade, comprometimento metabólico, stress oxidativo, inflamação e função alterada do sintema endocanabinóide. [8]

Excitotoxicidade:

Inicia-se com uma libertação excessiva de glutamato, que promove um aumento dos níveis plasmáticos de cálcio e uma consequente ativação de enzimas proteolíticas dependentes do cálcio, produção de radicais livres e óxido nítrico (NO), e ativação de vias apoptóticas, o que culmina em dano celular[8]

Stress oxidativo:

A exposição a anfetaminas resulta na formação de espécies reativas de oxigénio (ROS) através de diversos mecanismos: aumento rápido da concentração intra e extracelular de dopamina, o que danifica os terminais dos axónios; oxidação direta da dopamina que leva à formação de quinonas reativas; ou metabolismo da dopamina via reação de Fenton e pela MAO-A. Este fenómeno é manifestado pela peroxidação lipídica, por exemplo. [8]

Inflamação:

A metanfetamina desencadeia respostas inflamatórias em zonas onde os terminais dopaminérgicos e serotoninérgicos estão danificados. A exposição à metanfetamina provoca ativação da microglia, levando à produção de citocinas que promovem a neurotransmissão do glutamato e, assim, causando excitotoxicidade[8]

Alteração do sistema endocanabinóide:

Endocanabinóides são moléculas libertadas endogenamente aquando da ativação neuronal e que possuem um papel na modulação da inflamação e na neurotransmissão. Numa situação patológica, ocorre um aumento da expressão dos recetores CB2 maioritariamente presentes nas células do sistema imunológico, principalmente quando ocorre inflamação. Pensa-se que os recetores CB1, localizados predominantemente nas terminações nervosas, contribuem para a libertação de dopamina extracelular de uma forma indireta. [8]

Cardiotoxicidade

Pensa-se que os efeitos cardiovasculares resultantes do uso de metanfetamina são causados pela libertação de neurotransmissores monoaminérgicos no Sistema Nervoso Periférico, causando vasoconstrição, vasoespasmo, taquicardia e hipertensão. Enquanto a taquicardia e a hipertensão estão associadas ao aumento da necessidade de oxigénio para o músculo cardíaco, a vasoconstrição e o vasoespasmo diminuem o fornecimento do oxigénio ao coração, o que resulta num défice de oxigénio disponível e consequente necrose, fibrose e aumento do tamanho das células do músculo cardíaco (hipertrofia). [9]

[8] Halpin, L. E., Collins, S. A., & Yamamoto, B. K. (2014). Neurotoxicity of methamphetamine and 3, 4-methylenedioxymethamphetamine. Life sciences, 97(1), 37-44.

[9]  Miller, P. M. (2013). Principles of addiction: comprehensive addictive behaviors and disorders (Vol. 1). Academic Press. 

Mecanismo de neurotoxicidade da metanfetamina (Imagem adaptada de [8])

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